Reconhecer as próprias falhas é uma virtude nobre, que poucas pessoas possuem. Ao atentarmos para Agar, observamos que após engravidar de Abrão, ela se tornou arrogante com Sara e passou a provocar conflitos no seio da família. Tal comportamento levou a esta escrava a uma situação de humilhação, em que precisou fugir de sua senhora, se deslocando para o deserto.
Cansada de caminhar por aquele lugar inóspito, encontra um Anjo que aparece para lhe confrontar e lhe orientar para que voltasse aos seus senhores e se humilhasse. Naquele momento de tristeza, desolação e amargura, tomou uma atitude: “E ela chamou o nome do Senhor, que com ela falava: Tu és Deus da vista, porque disse: Não olhei eu também para aquele que me vê?”, Gênesis 16.13.
Por mais difícil que aquele momento estivesse sendo para Agar, o Senhor nunca deixou de enxergá-la. Em Gênesis 16.11, o Anjo disse que o seu filho seria chamado de Ismael, que significa “Deus ouve”, porquanto os ouvidos do Senhor estavam atentos a aflição de Agar. Então, ela chama àquele poço de Laai-Roi, que quer dizer: aquele que vive e me vê. Pois compreendeu que, mesmo em meio àquele sofrimento, os olhos do Altíssimo estavam sobre ela.
O Senhor verdadeiramente conhecia tudo o que dizia respeito a Agar e sabia que ela tinha lições a aprender. Às vezes, situações semelhantes acontecem conosco: queremos uma vida diferente, mas temos dificuldade de reconhecer os nossos erros, alimentando o orgulho no coração. Somos levadas para um deserto, não vemos solução para os nossos problemas, só que, diferentemente da escrava egípcia, achamos que o Senhor não está nos vendo, nem nos ouvindo. Assim, não mudamos o nosso comportamento e desistimos de buscar por transformações. É preciso entender que, reconhecer as próprias falhas é essencial para termos uma vida abençoada. Os olhos do Altíssimo estão atentos a tudo o que fazemos e, mais do que qualquer pessoa, Ele quer nos ver bem!
Angelita Ribacki
MqV - Maranhão
Foto de Adrià García Sarceda / Unsplash